quinta-feira, 6 de abril de 2017

Férias, feriados, educação e ignorância...

Mais uma vez, ontem, ao fazer uma Hora do Conto na Biblioteca onde trabalho, me apercebi da ignorância que grassa nos mais novos quando falamos dos motivos pelos quais temos férias ou feriados. Quer sejam de cariz civil ou religioso, na maioria das vezes poucos são os que sabem o que estamos a celebrar ou porque motivo temos férias em determinadas alturas do ano. Ontem, ao desejar-lhes Boa Páscoa! decidi perguntar o que era isso da Páscoa e penso que só um deu uma resposta minimamente acertada.

A realidade é que hoje em dia, com esta mania de "branquearmos" tudo e de sermos "politicamente corretos", acabamos por estar a educar para a ignorância e não para o conhecimento, a tolerância e capacidade de escolha. Respeitar a liberdade religiosa não pode -ou não deve, pelo menos- ser equivalente a não falar das coisas para não ferir suscetibilidades. O Natal é o nascimento de Jesus e a Páscoa é a celebração da sua Ressureição. Ponto! Claro que cada um é livre de celebrar o Natal e a Páscoa desta ou de outra forma (como festa da família, dos amigos, da terra...). Ou pode até nem celebrar de forma alguma! O que não pode é negar a origem das coisas e o seu significado! E pena é que os desconheça (como parece haver quem defenda)!

E para que não julguem que isto é uma questão meramente do foro religioso, dou como exemplo um feriado civil: o 5 de outubro será sempre o dia que assinala a Implantação da República em Portugal e, independentemente do regime /forma de governação que cada um defenda como certo (Monarquia ou República, Ditadura ou Democracia), não me consta que os muitos monárquicos portugueses se neguem a "gozar" o feriado de 5 de outubro. Podem não o celebrar...mas daí a irem trabalhar!...

Nem de propósito, hoje dei de caras com este artigo da Isabel Stilwell - que vai na linha do que tentei dizer acima- e de que destaco a seguinte constatação: "Porque não é só negar aos nossos filhos a oportunidade de conhecer, para poder escolher, é recusar-lhe as ferramentas para compreender a cultura e a mentalidade a que pertencem. Como entenderão as obras de arte que veem nos museus, os livros que leem, a música que escutam num concerto, as raízes da nossa justiça, afinal toda a nossa História?"

Na essência estamos a falar de cultura geral e não de uma escolha religiosa. Sendo cristã católica, a mim não me ofende saber tudo o que puder saber sobre outras religiões e/ou confissões. Como não me ofende saber mais sobre história, matemática ou arte! 
Quanto mais souber melhor poderei escolher e, acima de tudo, compreender e respeitar o que é diferente de mim!
E penso que irmos em sentido contrário, defendendo a ignorância generalizada (para que, aparentemente, todos se sintam iguais em direitos e ninguém se sinta menosprezado ou ofendido) é o maior erro que podemos cometer!

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