sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A Espantosa realidade das cousas

...é o título deste poema de Fernando Pessoa /Alberto Caeiro, com que vos desejo um BOM FIM DE SEMANA!

     
     "A espantosa realidade das cousas
     É a minha descoberta de todos os dias.
     Cada cousa é o que é,
     E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
     E quanto isso me basta.
     Basta existir para se ser completo.

     Tenho escrito bastantes poemas.
     Hei de escrever muitos mais. naturalmente.
     Cada poema meu diz isto,
     E todos os meus poemas são diferentes,
     Porque cada cousa que há é uma maneira de dizer isto.


     Às vezes ponho-me a olhar uma pedra.
     Não me ponho a pensar se ela sente.
     Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
     Mas gosto dela por ela ser uma pedra,
     Gosto dela porque ela não sente nada.
     Gosto dela porque ela não tem parentesco nenhum comigo.

     Outras vezes oiço passar o vento,
     E acho que só para ouvir passar o vento vale a pena ter  nascido.

     Eu não sei o que é que os outros pensarão lendo isto;
     Mas acho que isto deve estar bem porque o penso sem estorvo,
     Nem ideia de outras pessoas a ouvir-me pensar;
     Porque o penso sem pensamentos
     Porque o digo como as minhas palavras o dizem.

     Uma vez chamaram-me poeta materialista,
     E eu admirei-me, porque não julgava
     Que se me pudesse chamar qualquer cousa.
     Eu nem sequer sou poeta: vejo.
     Se o que escrevo tem valor, não sou eu que o tenho:
     O valor está ali, nos meus versos.

     Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade."

terça-feira, 27 de setembro de 2016

"Do mar ao prato..."

Hoje é Dia Mundial do Turismo. E se há duas coisas que contribuem para o sucesso turístico de Peniche e de Portugal elas são o mar e a gastronomia.


Ora, nem de propósito, é lançado amanhã em Peniche um livro intitulado Do mar ao prato


São sete os autores desta obra, que conjuga biologia, ilustração e gastronomia.
Para a conhecerem ao vivo e a cores estejam amanhã, 28 de setembro, pelas 18h00, na Fortaleza de Peniche.


(cliquem no convite acima, para mais pormenores)

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

II Corrida Côderosa
















II Corrida Côderosa -em Peniche- vai realizar-se já no próximo domingo, 2 de outubro!


O objectivo, mais uma vez, é angariar fundos para que a APLAS (Associação Princesa Leonor Aceita e Sorri) continue a apoiar as crianças com cancro e suas famílias.

Para se INSCREVEREM basta fazer uma transferência de 5€ à Associação e enviar o email com o comprovativo da mesma e acrescentar o tamanho da T-shirt. 

NIB: 003300004544676873405
IBAN: PT50003300004544676873405

BIC/SWIFT: BCOMPTPL
APLAS
Associação Princesa Leonor Aceita e Sorri
Email: geral@princesaleonor.pt

Estando em Peniche podem inscrever-se na Loja Pompom ou no ginásio Refísica.

Mais pormenores, aqui.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Outono

O outono chega hoje, com tudo aquilo que tem de melhor
- as cores quentes da folhagem, a contrastar com o friozinho das manhãs e fins de tarde;
- as broas, os frutos secos, as castanha assadas, os doces caseiros;
- as malhas quentinhas;
- o regresso das rotinas, umas mais aconchegantes que outras...

Gosto muito do verão mas também tenho a dizer que GOSTO DO OUTONO! BEM-VINDO SEJAS!

terça-feira, 20 de setembro de 2016

"Comunidades e Culturas"


Com o mote "Comunidades e Culturas", as Jornadas Europeias do Património assinalam-se, este ano, de 23 a 25 de Setembro

Este é o programa  nacional, no qual se integram as atividades que terão lugar no nosso concelho, a saber: 
-sessão d' A poesia anda por aí..., no Museu da Renda de Bilros de Peniche, dia 23 de Setembro, pelas 21h30;


- concerto de Música de Câmara Improvisada, no Centro Interpretativo de Atouguia da Baleia(CIAB),dia 24 de Setembro, pelas 22h00.  

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Os 42...


...completam-se daqui a algumas horas!


Não sendo, hoje, uma pessoa madrugadora (nem sequer de manhãs), a verdade é que nasci de madrugada: passavam sensivelmente 30 minutos das 3 da matina quando, numa 3ª feira de setembro, fui dada à luz!


Corria o ano de 74 e Peniche tinha, na altura, duas maternidades. 
Calhou-me nascer em Peniche de baixo, no Hospital da Misericórdia, que agora já não é hospital mas sim uma Creche, onde há uns meses fui partilhar histórias! 

A assistir ao parto estava a D. Aurora -haverá nome mais bonito e adequado a uma enfermeira-parteira?!?- que tantas crianças ajudou a nascer na minha terra, para além de mim...
Consta que a última refeição da minha mãe antes do parto foi bacalhau -deve ser por isso que gosto de o comer de todas as formas- e que, ao ouvir o meu choro, o meu pai julgou que tinha tido um filho varão...no tempo em que eu nasci, o género da criança era um segredo bem guardado até ao fim!
Mal grado a surpresa, não mostrou desagrado por ser uma menina, 3250 gr de gente, 50 cm e pouco, ou nenhum, cabelo!Ainda por cima, era parecida com o pai!
Imagino a minha mãe cansada, por força de um parto normal, mas imensamente feliz!


Daqui a algumas horas completo 42 anos! Respeitando a "esperança média de vida", estou agora na meia-idade!!! Já vivi muitas coisas mas há muitas outras que gostaria de viver...quantos anos me serão dados viver, só Deus sabe!

Por ora, agradeço-Lhe  o dom da vida e tudo o que a vida já me concedeu, a começar por aqueles que mais amo!
Obrigada mãe e pai por me terem querido nas vossas vidas! Obrigada família e amigos por partilharem esta caminhada comigo!

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Dias 15 e 16...




...a Academia de Música Stella Maris promove aulas abertas de vários  instrumentos
Nada como experimentar e escolher o seu preferido...a verdade é que nunca é tarde para aprender e, quem sabe, haverá por aí alguns talentos escondidos :)

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Paralímpicos (ou Paraolímpicos)

Decorrem desde o passado dia 7, os Jogos Paralímpicos RIO 2016
Até à data, Portugal -que participa com 37 atletas- conquistou já duas medalhas de bronze nesta edição dos jogos: uma para Luís Gonçalves em 400 MT T12 e outra para a equipa de boccia

Para quem, como eu, não sabe como começou este evento desportivo deixo hoje aqui o link para um artigo sobre o fundador dos jogos paralímpicos. 
E, já agora, para quem -também como eu- gosta de questões linguísticas aqui fica uma e outra versão para o facto de oficialmente se utilizar o termo paralímpico e não paraolímpico, como seria lógico em português.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Estou cansado

É o título do poema escolhido para hoje. Mais uma vez Fernando Pessoa e o seu heterónimo Álvaro de Campos...

"Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa."


Imagem: pintura de Dagoberto Silva, encontrada aqui

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Poema quotidiano






Hoje volto à poesia -e a Ruy Belo- com este seu Poema quotidiano publicado in "Aquele Grande Rio Eufrates":




"É tão depressa noite neste bairro
Nenhum outro porém senhor administrador
goza de tão eficiente serviço de sol
Ainda não há muito ele parecia
domiciliado e residente ao fim da rua
O senhor não calcula todo o dia
que festa de luz proporcionou a todos
Nunca vi e já tenho os meus anos
lavar a gente as mãos no sol como hoje
Donas de casa vieram encher de sol
cântaros alguidares e mais vasos domésticos
Nunca em tantos pés
assim humildemente brilhou
Orientou diz-se até os olhos das crianças
para a escola e pôs reflexos novos
nas míseras vidraças lá do fundo

Há quem diga que o sol foi longe demais
Algum dos pobres desta freguesia
apanhou-o na faca misturou-o no pão
Chegaram a tratá-lo por vizinho
Por este andar... Foi uma autêntica loucura
O astro-rei tornado acessível a todos
ele que ninguém habitualmente saudava
Sempre o mesmo indiferente
espectáculo de luz sobre os nossos cuidados
Íamos vínhamos entrávamos não víamos
aquela persistência rubra. Ousaria
alguém deixar um só daqueles raios
atravessar-lhe a vida iluminar-lhe as penas?

Mas hoje o sol
morreu como qualquer de nós
Ficou tão triste a gente destes sítios
Nunca foi tão depressa noite neste bairro."

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Passeio histórico em "Penixima"

Chegados a Setembro, o ritmo das coisas começa a ser outro...
Hoje retomo a atividade do blogue, após um curto período de férias, para vos dar conta de uma ação que a Patrimonium promoverá amanhã, sábado, 3 de setembro
um passeio pela história, centrado em Peniche de Cima, nomeadamente na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda e nos vestígios militares existentes na zona.
Início marcado para as 15h00.

Bom fim de semana para todos!