terça-feira, 13 de novembro de 2012

Desfado

Pudesse eu não ter laços nem limites,
Ó vida de mil faces transbordantes,
Para poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes!


Foi com esta belíssima quadra, de
Sophia de Mello Breyner Andresen, que a fadista Ana Moura se definiu, numa das muitas entrevistas que deu por estes dias à comunicação social portuguesa. Tudo a propósito do seu quinto e último álbum
-"Desfado"- que ontem começou a ser comercializado.
 
A quadra ficou a ressoar cá dentro e fez-me pensar como o melhor da vida nos vem precisamente de instantes que nos surpreendem e da(s) resposta(s) que lhes damos...se o fado (enquanto "destino") existe, todos nós temos a capacidade de o desfadar à nossa medida.

Quanto à carreira de Ana Moura, tem sido isso mesmo: o resultado da "resposta aos convites suspensos na surpresa dos instantes", desde que começou a cantar nas casas de fado (depois de uma primeira experiência enquanto vocalista de uma banda), passando pelas suas colaborações com Prince ou com os Rolling Stones, até chegar à edição deste álbum, onde conta com a colaboração de muitos dos melhores músicos e compositores portugueses da sua geração e com  a participação especial de uma das suas estrelas de eleição : Herbie Hancock. Para saberem mais, leiam aqui...

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