sexta-feira, 1 de julho de 2011

Informados, nós?

Eis porque é que, apesar da minha formação em Ciências da Comunicação (ou talvez por isso...) não faço questão de ver os noticiários ou estar diariamente a par das notícias. É certo que as ouço de hora a hora numa rádio nacional, que merece a minha total confiança, e que recebo diariamente um resumo dos destaques e das capas dos principais órgãos da imprensa nacional via-internet. Mas irrita-me profundamente a especulação generalizada que se faz, supostamente para ter a notícia mais sonante ou mais actualizada. Vem isto a propósito das notícias que têm saído a propósito da morte de Angélico, a começar pelo próprio anúncio da morte. Nesse dia, ao início da tarde, já a TVI a dava como certa, ao passo que o comunicado oficial do Hospital só foi emitido perto da meia-noite!!!
No dia do acidente, as informações que circularam foram a de que um pneu do BMW teria rebentado (e provocado o despiste) e que todos os ocupantes (à excepção do que se salvou com ferimentos ligeiros) não levariam posto o cinto de segurança. Ora, hoje, o Público noticia que, afinal, "Angélico Vieira viajava com cinto de segurança" enquanto o Correio da Manhã diz que houve "Velocidade a mais e pneus intactos". Ora digam-me lá se vale a pena ler/ver as notícias? Ficaremos mais informados desta forma? Ou teremos apenas mais motivos para conversas especulativas de café? Na verdade, nada trará de novo à vida as duas vítimas mortais deste acidente e essa é que é a dura realidade!
De resto, fica-nos apenas a clara sensação de que se criam notícias, o mais sensacionalistas possível para que se vendam jornais e revistas, sendo que muitas delas são meras especulações, sem a mínima base.E isto não se aplica apenas a este género de notícias, que envolvem gente famosa, mas infelizmente a todo o tipo de notícias.É certo que, as que envolvem gente famosa, têm outra visibilidade e podem dar origem a outros conteúdos noticiosos mais educativos, o que neste caso já sucedeu, nomeadamente sobre a doação de órgãos, os comportamentos na estrada ou a questão da "morte digital"...o que poderia até ser positivo não se desse o caso de, com as notícias contraditórias que vão saindo, haver argumentos para todos os gostos e poucas conclusões a retirar!

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