segunda-feira, 29 de março de 2010

...uma infância sem fim!

Para início de semana, este poema de Fernando Pessoa:

"Às vezes, em sonho triste
Nos meus desejos existe
Longinquamente um país
Onde ser feliz consiste
Apenas em ser feliz.


Vive-se como se nasce
Sem o querer nem saber.
Nessa ilusão de viver
O tempo morre e renasce
Sem que o sintamos correr.

O sentir e o desejar
São banidos dessa terra.
O amor não é amor
Nesse país por onde erra
No meu longínquo divagar.
 

Nem se sonha nem se vive:
é uma infância sem fim.
Parece que se revive
Tão suave é viver assim
Nesse impossível jardim."

1 comentário:

maria disse...

Maravilhoso jardim, onde a vida tem luz e cor.
maria