sexta-feira, 3 de maio de 2019

Balau

À medida que vamos envelhecendo diz que é natural irem-nos morrendo pessoas...E quando se está na casa dos 40 (como é o caso) a coisa intensifica-se! Só assim se explica que, em menos de um mês, este seja o segundo post sobre alguém que deixou este mundo. 

O Balau era meu colega nestas andanças das Bibliotecas e sempre nos demos bem!

Conheci-o quando ainda pertencíamos à Rede de Bibliotecas da Gulbenkian, visitei-o algumas vezes na Biblioteca da Nazaré, juntos vimos nascer a Rede Intermunicipal de Bibliotecas do Oeste (RIBO) e ao longo destes mais de 20 anos cruzámo-nos muitas vezes por aí...

A última vez que isso aconteceu foi no âmbito de uma formação de literacia familiar - era uma das suas características querer estar sempre atualizado e a par das novidades- e despedimo-nos com a oferta de uma boleia para a segunda sessão dessa formação.
Não cheguei a usufruir da boleia,  porque o Balau já não foi à segunda sessão. Soube-o, mais tarde, gravemente doente...e chocou-me saber o que a doença tinha feito àquela pessoa que eu conheci sempre entusiasta, bem-disposta, multifacetada e disponível.

Ontem voltou a chocar-me saber da sua morte prematura...tinha pensado nele dois dias antes, quando dois dos seus conterrâneos fizeram parte do lote de vencedores da Fase Intermunicipal OESTE do Concurso Nacional de Leitura (um dia feliz para a RIBO que ele também fundou)...e em como teria ficado orgulhoso da sua Nazaré! Como bom nazareno que era, não se cansava de realçar o melhor da sua terra! 

Teria com certeza fotografado muito, porque essa também era uma das suas paixões e imagens de marca. É assim, de câmara em punho, que o vemos no seu perfil de FB. E é precisamente com uma fotografia dele que ilustro este post. Foi a sua última partilha nesta rede social e acho-a maravilhosamente simbólica de tudo isto: uma gaivota voa alinhada com o paredão da marginal da Nazaré...vêem-se casas, pessoas, a praia...e a ave de asas levantadas, que recordam um livro aberto! 
Há imagens que valem mais que mil palavras...Descansa em Paz, António Balau!

Sem comentários: