quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Esperança: o prazer em perspetiva!


Hoje partilho convosco uma pequena reflexão de Gustave Le Bon (psicólogo/sociólogo francês n.1841/f.1931) acerca da esperança, publicado no seu "As Opiniões e as Crenças": 


"A esperança é filha do desejo, mas não é o desejo. Constitui uma aptidão mental, que nos faz crer na realização de um desejo. Podemos desejar uma coisa sem que a esperemos. Toda a gente deseja a fortuna, muito poucos a esperam. Os sábios desejam descobrir a causa primitiva dos fenómenos; eles não têm nenhuma esperança de consegui-lo. O desejo aproxima-se algumas vezes da esperança, a ponto de confundir-se com ela. Na roleta, eu desejo e espero ganhar.

A esperança é uma forma de prazer em expectativa que, na sua atual fase de espera, constitui uma satisfação frequentemente maior do que o contentamento produzido pela sua realização. A razão é evidente. O prazer realizado limita-se em quantidade e em duração, ao passo que nada limita a grandeza do sonho criado pela esperança. A força e o encanto da esperança consistem em conter todas as possibilidades de prazer. Ela constitui uma espécie de varinha mágica que transforma tudo. Os reformadores nunca fizeram mais do que substituir uma esperança por outra."

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