Há uns anos vi o filme Frida (2002), de Julie Taymor, com Salma Hayek no papel principal e a curiosidade e fascínio sobre a vida e obra da pintora mexicana Frida Kahlo(1907-1954) cresceu. Uns anos depois vi, no CCB, uma exposição com alguns dos seus trabalhos e depois disso já li alguns dos textos que deixou escritos. Por isso, quero ver se não perco esta exposição que está agora patente no Pavilhão Preto do Museu da Cidade, em Lisboa, desde a passada semana até 29 de janeiro de 2012.
Frida Kahlo teve sempre uma vida sofrida, marcada por acidentes, doenças e uma vida amorosa atribulada, marcada pelo seu casamento com o pintor Diego Rivera (com traições de ambas as partes) e é essa vida que a sua pintura retrata. Por isso, Frida afirmou um dia: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, só pintei a minha própria realidade." E talvez tenha sido isso que tornou Frida Kahlo uma das artistas mais fascinantes do século XX.
Com apenas 6 anos, contraiu poliomielite - que a deixou com uma lesão na perna e no pé direito e lhe valeu a cruel alcunha "Frida Perna de Pau" que a acompanharia por toda a infância. Aos 18 anos, num grave acidente, resultante do choque entre um elétrico e o autocarro em que seguia, um varão de aço trespassou-lhe o corpo, partindo-lhe a coluna, e deixando Frida entre a vida e a morte. Sobreviveu mas ficou imobilizada por um período bastante longo, o que a levou a pintar fervorosamente, num cavalete adaptado à cama e à sua condição física. O sofrimento é o tema maior das suas telas. Na famosa "Coluna Partida", por exemplo, Frida aparece retratada de pé, com o rosto em lágrimas e o corpo coberto de espinhos, espartilhado pelo colete ortopédico. Também os abortos que sofreu ao longo da vida estão retratados nalgumas das suas obras.
Frida Kahlo morreu a 13 de Julho de 1954. O atestado de óbito dá como causa de morte uma embolia pulmonar na sequência de uma pneumonia grave, mas nunca se descartou totalmente a hipótese de suicídio. A Casa Azul, onde viveu a maior parte da vida, transformou-se no Museu Frida Kahlo, e abriga o espólio da artistaDesse espólio fazem parte cerca de 6000 fotografias, da sua autoria ou por ela coligidas ao longo da vida, das quais 257 podem agora ser vistas em Lisboa.
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