terça-feira, 9 de abril de 2019

Porque a vida é mesmo assim...

...hoje celebro a vida e a morte! 

Celebro os 40 anos  de vida da minha irmã...e levo à sua última morada uma "tia" (daquelas que não são, mas é como se fossem, de tal forma estão presentes na nossa vida).  
A Alzira, ainda por cima, nem vivia cá: era emigrante em França há mais anos do que eu tenho de vida,  mas isso não a impedia de estar sempre por perto. As memórias mais marcantes que tenho dela, curiosamente, prendem-se até com essa condição: 

- é a ela que associo as primeiras gomas que comi e as pastilhas Hollywood, aquelas fininhas, compridas e macias que trazia de França, tão diferentes das duras Gorila (as únicas que havia por cá no início dos anos 80);
- foi por ela que fiquei fã de perfumes como o Lolita Lempicka e o Angel;
- a boneca mais antiga que ainda tenho veio de Paris, numa das visitas da minha tia Juju à cunhada;
- e foi precisamente com as duas, que conheci a cidade-luz há 10 anos atrás. A foto em que estamos juntas no bateau mouche, com a Torre Eiffel de fundo, foi tirada num dos muitos passeios que demos nesses dias, tendo a Alzira como guia e anfitriã.

A última memória que quero referir aqui (outras há com toda a certeza) prende-se com uma ironia da vida (um sinal, se preferirem): a Alzira regressa à terra que a viu nascer na semana em que se celebra a procissão que ela mais gostava (e era conhecida esta sua devoção)...a Procissão do Senhor dos Passos. No próximo domingo, o "de Ramos", lá estarei a viver esta procissão, rezando especialmente por ela...e sei que ela vai gostar de saber que não vou estar sozinha!  
Obrigada Alzira, pelo carinho em vida...e que a tua alma descanse em paz!

A ti, mana (como me chamas e eu raramente te chamo) apenas desejar-te que partilhemos ainda muitos anos e alegrias juntas...que os nossos "entas" sejam muito felizes :)  Beijinhos

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