domingo, 18 de janeiro de 2015

Ary


Marca presença neste blogue desde o primeiro post
A 18 de janeiro de 1984 deixou a terra dos vivos, mas continua connosco na sua poesia.Nem de propósito, a escolha de hoje chama-se "Soneto presente"...

Não me digam mais nada senão morro
aqui neste lugar dentro de mim
a terra de onde venho é onde moro
o lugar de que sou é estar aqui.

Não me digam mais nada senão falo
e eu não posso dizer eu estou de pé.
De pé como um poeta ou um cavalo
de pé como quem deve estar quem é.

Aqui ninguém me diz quando me vendo
a não ser os que eu amo os que eu entendo
os que podem ser tanto como eu.

Aqui ninguém me põe a pata em cima
porque é de baixo que me vem acima
a força do lugar que fôr o meu.


(José Carlos Ary dos Santos, "Resumo", p. 15)

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