A 18 de fevereiro de 1899 nascia, em Vila Real de Santo António, o poeta popular António Aleixo. Cento e quatorze anos depois, aqui ficam algumas das suas quadras, sempre tão atuais...
Eu não tenho vistas largas,
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.
Nem grande sabedoria,
Mas dão-me as horas amargas
Lições de filosofia.
Que importa perder a vida
Em luta contra a traição,
Se a Razão mesmo vencida,
Não deixa de ser Razão?
Em luta contra a traição,
Se a Razão mesmo vencida,
Não deixa de ser Razão?
Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço
Mas há muitos que eu conheço
Que, não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço
Enquanto o homem pensar
Que vale mais que outro homem,
São como os cães a ladrar,
Não deixam comer, nem comem.
Que vale mais que outro homem,
São como os cães a ladrar,
Não deixam comer, nem comem.
O mundo só pode ser
Melhor do que até aqui,
- Quando consigas fazer
Mais p'los outros que por ti!
Mais p'los outros que por ti!
Eu não sei porque razão
Certos homens, a meu ver,
Quanto mais pequenos são
Maiores querem parecer.
Maiores querem parecer.
Para não fazeres ofensas
E teres dias felizes,
Não digas tudo o que pensas,
Mas pensa tudo o que dizes.
Quando os homens se convençam
Que a força nada faz,
Serão felizes os que pensam
Num mundo de amor e paz.
Não sou esperto nem bruto,
Nem bem nem mal educado:
Sou simplesmente o produto
Do meio em que fui criado.
Queremos ver sempre à distância
O que não está descoberto,
Sem ligarmos importância
Ao que está à vista e perto.
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