"Mas que sei eu das folhas no outono
ao vento vorazmente arremessadas
quando eu passo pelas madrugadas
tal como passaria qualquer dono?
Eu sei que é vão o vento e lento o sono
e acabam coisas mal principiadas
no ínvio precipício das geadas
que pressinto no meu fundo abandono.
Nenhum súbito súbdito lamenta a dor de assim passar
que me atormenta e me ergue no ar
como outra folha qualquer.
Mas eu que sei destas manhãs? As coisas vêm, vão e são tão vãs como este olhar que ignoro que me olha."
Ruy Belo
1 comentário:
Um dos maiores escritores que este país pariu. Nasceu bem perto de nós, visitou muitas vezes a nossa terra, escreveu um dos meus poemas preferidos, "Nau dos Corvos". Obrigado por o teres trazido de novo, na volta da maré...
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