terça-feira, 17 de setembro de 2024

50

E assim me despeço da década dos 40 e perfaço o meio-século de vida! 50 anos sensivelmente repartidos a meio entre o século XX que me viu nascer e o século XXI em que vivo, e em que espero continuar a viver por mais algumas décadas, se tudo correr bem!

Quem me conhece, sabe que costumo dizer que sou pessoa do séc. XX e, de facto, quando se aproximam estes dias festivos fico ainda mais nostálgica de tudo o que vivi até 1999. Afinal, foi toda a infância, juventude e início da idade adulta…e, felizmente, guardo as melhores memórias desses tempos!

Sinto mesmo como um privilégio ter nascido em 1974, com tudo o que isso significa a vários níveis (artísticos, políticos, sociais, económicos…) e sobretudo pelas experiências que ainda me permitiu viver!

Agradecida por tudo o que vivi até aqui – e não acreditando que “o melhor está para vir!” – acredito, no entanto, que ainda há muita coisa boa por vir!

Exercer o espanto de existir, como nos convidava José Gomes Ferreira, é o desafio diário para continuar a viver com alegria e esperança renovadas. E não perder nunca a capacidade de sonhar e de criar! Que estas nunca me faltem, a par da saúde, do amor e da paz (…se não for pedir muito)!

terça-feira, 6 de agosto de 2024

"Mãe Divina"

No rescaldo de mais uma Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, em Peniche, partilho esta canção que é também ela uma oração à nossa "mãe divina": HOLLY MOTHER uma belíssima música de Eric Clapton, que aqui partilha o palco com o tenor Luciano Pavarotti e o The East London Gospel Choir

Este momento foi gravado no The Parco Novi Sad, em Modena (Itália), a 20 de Junho de 1996.

sexta-feira, 3 de maio de 2024

A Garota não e o seu 2 de abril...

Foi no sábado passado que A Garota não atuou em Peniche...e foi um belíssimo concerto!

Sabendo que tinha a possibilidade de lho oferecer (como fiz), decidi escrever um texto tendo como base os títulos das 20 canções do álbum 2 de abril, o segundo álbum da intérprete. Chamei-lhe DIVAGAÇÃO PUERIL EM TORNO DO 2 DE ABRIL...e partilho-o hoje aqui no blog, juntamente com o vídeo que a artista publicou nas suas redes sociais sobre este dia...uma data memorável para Peniche e para quem teve o prazer de a ouvir. 

O texto fará muito mais sentido para quem conhecer bem o álbum e as letras das músicas (há versos resgatados de algumas, pelo meio do texto), mas é sobretudo a prova de que 2 de abril é um álbum com cabeça, tronco e membros...princípio, meio e fim...em que nada é ao acaso, tudo faz sentido! Valendo (sem dúvida) pelas melodias, vale sobretudo pelas fortes mensagens que passa!

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DIVAGAÇÃO PUERIL EM TORNO DO 2 DE ABRIL...

(…porque o simples é quase sempre o mais bonito…)

2 de Abril é data de relevância nacional e nome do bairro social onde cresceu A Garota não, que a escolheu para nomear o seu segundo álbum...o disco que começa com uma canção sem final, seguida de um dilúvio que nos lembra que a vida fica difícil e que o tempo passa tipo míssil!

Haja química, quem tenha o dom de rir e nos faça bem com o amor que nos dá!

Haja, também, quem não se acomode e lute pelos seus direitos…tal como o Ai Weiwei.

Quer moremos no prédio mais alto ou em casa térrea, que nunca nos falte manancial de livre pensamento e que em cada coração se esconda uma revolução por florir…

É que há dias em que a grande máquina nos deixa angustiados, inquietos, raivosos, cansados, sós… sem saber o que é que fica no meio de tantos desencontros.

Há que ser em cada dia o melhor que der e ir sem medo, como quem tem tudo a dar.

Se cairmos, há que levantar…com ou sem manual de instruções! Ser como o gato na sede do Xega, que rola e rebola, fazendo jus às suas sete vidas!

Urgentemente, é preciso não esquecer que o amor é urgente e é bom! E que nunca devemos guardar as palavras boas, que são tão boas de usar. Afinal, para quê guardar? A vida é hoje!

Multipliquemos os beijos, descubramos manhãs claras, inventemos alegria!

E como é intenso o poder de magnetização de tudo isto!!! Tal qual casa de mãe, que é coisa boa!

Coisa má é mulher batida!

E que mulher é essa? É aquela que sofre e morre fruto do ciúme amargo e louco…quanto talento é gasto em vão, como se nunca bastasse, como se houvesse perfeição!

É tempo de perguntar como será se voltarmos a renascer! Haverá lugar para a velha, a torta, a negra, a gorda? Será que a guerra pode um dia acabar? Deixaremos de ouvir que no Mediterrâneo há corpos a boiar?  

Porque me olhas assim?

Bem sei que as palavras ferem, dói-nos pensar…mas não há como calar!

Há quem não tenha assunto…pois a mim nunca me faltam, ou não fossem “as conversas como as cerejas!”

E entre duas cervejas e uma canção a José Mário Branco, o caminho pode ser longo! Importa que nunca esqueçamos que o nosso chão são sonhos e vontade!

E que nunca deixemos que nos tirem a nossa querida LIBERDADE! 

segunda-feira, 29 de abril de 2024

Quem dança é mais feliz...

Porque hoje celebramos o DIA MUNDIAL DA DANÇA - e dançar é uma das coisas que mais gosto de fazer -, não podia deixar de partilhar convosco a mensagem internacional para este dia.  

Este ano é da autoria da argentina Marianela Nunez (1982- ), antiga bailarina principal do Royal Ballet de Londres e vencedora do Prémio Konex para a melhor bailarina da década, em 2010,   que escolheu escrever sobre a memória, o esquecimento e a responsabilidade de evocar os mestres e protagonistas do passado:

"Uma memória não é suficiente para fazer história. E a história de um teatro, como a de cada um, é também a história dos outros, de como uma arte como a dança migrou e cresceu em diferentes latitudes.

As paredes do Royal Ballet contêm fotografias que narram a viagem realizada, a história afirma os seus protagonistas e a dança na Argentina brilha com cada um desses nomes.


Muitas vezes, as instituições estão imersas num anonimato silencioso, sem rostos ou sobrenomes, evitando enfrentar o eco do passado.

São as organizações promovidas e apoiadas pelo ITI-UNESCO, como o Conselho Argentino da Dança, que muitas vezes funcionam como um muro que impede o esquecimento.

Estou convosco no compromisso de resgatar e revitalizar a história de professores, artistas e coreógrafos que enriqueceram o mundo da dança, merecendo ser ouvidos pelas gerações vindouras. 

Que todos saibamos que não somos espectadores, mas herdeiros de uma tradição forjada com arte, dignidade e sacrifício, alimentando o nosso caminho com vocação e amor à beleza.

Se bem que o futuro e o presente chamam a nossa atenção, sem a base sólida do passado, sem a fertilidade da nossa terra, a árvore dançante não pode florescer. As raízes são tradição e ao mesmo tempo...nutrientes."

segunda-feira, 1 de abril de 2024

Sweet sixteen

Quando este blog 'entrou na adolescência' escrevi estas palavras, que continuo a subscrever. 

Hoje completa 16 'doces anos' e continua a ser um prazer vir aqui, de vez em quando, partilhar as minhas inquietações, as artes e as letras que me inspiram, fazer os registos e os balanços que se impõem. 

Como, ultimamente, tem sido mais pela música que tenho marcado a presença, é também com música que hoje celebro este 16º aniversário. 

Fiquem com o trio Espinho, Trigacheiro e Zambujo. Adoro as letras, as melodias e, sobretudo, a cumplicidade e a alegria que emanam deste medley em toada alentejana... 

quarta-feira, 27 de março de 2024

Arte é paz!

Celebra-se hoje o Dia Mundial do Teatro. 

A efeméride foi criada em 1961 pelo Instituto Internacional de Teatro (ITI), que todos os anos convida alguém para escrever uma mensagem para este dia. A deste ano foi escrita por Jon Fosse, dramaturgo e escritor norueguês, vencedor do Nobel da Literatura em 2023, e tem como título "Arte é Paz".

Realçando a singularidade de cada indivíduo e, ao mesmo tempo, a sua semelhança com todos os demais, evidencia o papel da arte no confronto com esse aparente paradoxo:  

"(...) toda a arte boa, no fundo, orbita sobre a mesma ideia: pegar naquilo que é totalmente
único, totalmente específico, e torná-lo universal. Unindo o particular com o universal através de formas de o expressar artisticamente: sem eliminar a sua especificidade e deixando brilhar claramente aquilo que é estrangeiro e não familiar. A guerra e a arte são opostas, tal como a guerra e a paz são opostas – é tão simples quanto isto. Arte é paz
." 

Aqui fica na íntegra, para quem o quiser ler:  

WTD2024_Message_by_Jon_Fosse_Portuguese.pdf (world-theatre-day.org)


domingo, 17 de março de 2024

Há músicas (muito) boas de ouvir! CLXXVIII

A canção é intemporal e tem um poema lindíssimo. Vê-la interpretada assim, com esta alma, com esta propriedade, por estas duas grandes vozes da nova geração...comove!

Fiquem com "No teu poema" (letra e música de José Luís Tinoco) interpretado por Sara Correia e Fernando Daniel...

"(...) E um verso em branco à espera do futuro!"

Há músicas (muito) boas de ouvir! CLXXVII

Não sei muito sobre Afonso Dubraz! Mas sei que esta música foi amor à primeira audição. Chama-se AMANHÃ...

 

 (Entretanto já ouvi mais uma ou outra do mesmo intérprete e não desilude.)

quarta-feira, 13 de março de 2024

Há músicas (muito) boas de ouvir! CLXXVI

Os MUSIC TRAVEL LOVE são uma dupla de músicos que viaja por todo o mundo, fazendo covers/ reinterpretações de várias músicas internacionalmente conhecidas. Às suas vozes e instrumentos vão somando a de outros intérpretes da world music.

Uma das minhas músicas preferidas é STAND BY ME e esta versão merece o destaque de hoje...

terça-feira, 12 de março de 2024

Há músicas (muito) boas de ouvir! CLXXV

A contagiante 'MARIA JOANA' não é nova, mas ainda não tinha sido partilhada por aqui. 

É um belo exemplo de fusão entre a música tradicional portuguesa, o fado e as sonoridades africanas, interpretada por Nuno Ribeiro, Calema e Mariza.