Hoje escrevo para vos falar daquele concerto que já julgava perdido (por ter a lotação esgotada quando quis comprar bilhete) mas que, com o aliviar das restrições COVID a 1 de outubro, tive a oportunidade de viver: ANTÓNIO ZAMBUJO, VOZ E VIOLÃO!
E foi tão bom que não posso deixar de lhe dedicar por aqui umas palavrinhas!
Antes de mais, dizer que, apesar de ser fã e seguir atentamente o seu percurso artístico, nunca tinha visto António Zambujo ao vivo a solo (apenas com Miguel Araújo, numa das míticas 28 noites dos Coliseus) e, como é óbvio, o artista não desiludiu...apesar de estar mesmo sozinho em palco, contando apenas com a sua VOZ e com o seu VIOLÃO! E aqui um aparte para constatar que a voz de Zambujo é por si só um instrumento que vale por muitos, com as suas várias cambiantes melódicas...Como se isso não bastasse, o próprio repertório é feito de "histórias cantadas". Facilmente nos deixamos levar no enredo e imaginamos tudo aquilo a acontecer. E o 'tudo' pode ser romântico, hilariante, nostálgico, dramático, quotidiano...
Depois realçar o SILÊNCIO...aquele que as 600 pessoas presentes na sala fizeram questão de guardar nos momentos de interpretação. Exceção feita a alguns hits, como "Pica do 7", "Nem às paredes confesso" ou "Lambreta", em que a participação do público não se fez esperar, impressionou-me o silêncio reinante na sala!
Em terceiro, mencionar o único convidado da noite: Diogo, o filho mais velho de Zambujo, que neste último álbum assina a composição e partilha a interpretação de uma das canções. Apesar da timidez visível, a sua presença em palco, para interpretar três temas, surpreendeu pelo positiva!
Por último, referir a riqueza musical deste espetáculo que, sendo maioritariamente promocional de "Voz e Violão" , não descurou outros temas interpretados por Zambujo ao longo da sua carreira: alguns da sua discografia pessoal, outros de músicos que admira, abarcando vários géneros musicais.
Exemplo disso, os fados "Foi Deus", de Amália (com que abriu o espetáculo) e "A Rosinha dos limões", de Max (de quem é fã confesso); os temas latinos, "Cucurrucucu Paloma",canção mexicana popularizada por Caetano Veloso, "Valsinha" de Chico Buarque ou "No rancho fundo", samba canção que se tornou icónico na voz da dupla sertaneja Chitãozinho &Xororó; e ainda uma moda alentejana, o cante com que tudo começou.
Foi um belíssimo concerto, no qual reforcei uma certeza: se há algo - para além do AMOR- que nos salva nesta vida, que torna os nossos dias mais belos, é a ARTE...e a MÚSICA, em particular!
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