segunda-feira, 12 de maio de 2014

"Navio Negreiro"

Foi a 13 de maio de 1888 que a escravatura foi abolida no Brasil. 
Faz, portanto, cento e vinte seis anos amanhã. O aniversário não é uma data redondinha mas isso não implica que não se assinale, até porque falamos de uma das realidades mais hediondas da história humana, que ainda hoje persiste: a escravatura. 

Se os Descobrimentos Portugueses são uma das épocas áureas da nossa história enquanto nação, a verdade é que "não há bela sem senão" e o tráfico humano (e a consequente escravatura) foi o lado (literalmente) negro dessa epopeia. No Brasil, começámos por escravizar os índios mas depressa surgiu o tráfico negreiro
Relato pungente das condições sub-humanas em que eram transportados, e da forma infame como eram tratados os negros africanos, é o poema "Navio Negreiro" de Castro Alves
Ouvi-o pela primeira vez num disco de Maria Bethânia (que, frequentemente, intercala poesia e música nos seus álbuns), nesta versão, que termina com a música "O Índio" e acho-o sublime!
Hoje deixo-vos uma outra interpretação, a que à voz de Bethânia acresce a do irmão, Caetano Veloso. Escolhia-a porque -nesta versão- a leitura do poema é acompanhada por imagens e pela transcrição escrita (para que nada se perca).Ora oiçam (e vejam)...




Por sinal, 13 de maio é também a data de nascimento de um penicheiro ilustre- cuja estátua se ergue junto à Igreja de Nª Senhora da Ajuda (ver foto)- que muito lutou pela abolição da escravatura no Brasil: D. António Ferreira Viçoso, Bispo de Mariana, cujo processo de beatificação decorre. 
Aqui fica o registo...porque, para quem crê, não há coincidências!

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