Sou fã confessa da música brasileira e um dos álbuns que mais toca lá em casa é o de Ana (Carolina)& (Seu) Jorge ao vivo. Esta é uma das minhas músicas preferidas...uma bela letra, superiormente interpretada por duas vozes a que é impossível ficar indiferente.
domingo, 30 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Cecília e a arte de ser feliz
A minha escolha hoje vai para um poema de Cecília Meireles, intitulado "A arte de ser feliz":
"Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia
ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
com um balde e, em silêncio,
ia atirando com a mão
umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual,
para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas,
para o homem,
para as gotas de água que caíam de seus dedos magros
e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes um galo canta.
Às vezes um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela,
uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas,
e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar,
para poder vê-las assim."
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
A vida é o que fazes com ela...
A propósito da leitura desta e desta entrevistas olhei melhor para uma mensagem que tenho pendurada no meu local de trabalho, e que fez parte de uma campanha publicitária bastante inspirada, de uma popular marca de café, no Natal de 2005:
"A VIDA É O QUE FAZES COM ELA
Acredita em sonhos, em desafios, em metas.
Acredita em caminhos
invulgares, próprios ou comuns...
Naqueles em que te reconheces.
São eles que te fazem chegar..."
Gosto de pensar que é assim, embora tenha muitas vezes dificuldade em viver desta forma...
Mas continuo a gostar das palavras Sonho, Pessoa, Caminho, Vida, Talento...e a acreditar naquilo que elas significam.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Galileu e o telescópio
Faz hoje 400 anos que Galileu Galilei apresentou o seu telescópio: um tubo de chumbo a que aplicou uma lente côncava junto ao olho que observa e uma convexa no ponto oposto. Esta invenção permitiu-lhe "ver mais longe " e defender, entre outras, a teoria de que era o Sol que estava no centro e não a Terra. Muitos anos mais tarde António Gedeão dedicou-lhe o poema que aqui deixo...
Estava agora a lembrar-me, Galileu,
E juraste que nunca mais repetirias
Ai, Galileu!
Tu é que sabias, Galileu Galilei.
Por isso, estoicamente, mansamente,
"Poema para Galileu
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileu! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios).
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… Eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileu Galilei!
Olha. Sabes? Lá na Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.
Eu queria agradecer-te, Galileu,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar – que disparate, Galileu!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação -
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileu?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ~
ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileu,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um guiso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se estivesse tornando um perigo
para a Humanidade
e para a civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas – parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor,
que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento,
livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e escrevias
para eterna perdição da tua alma
Ai, Galileu!
Mal sabiam os teus doutos juízes,
grandes senhores deste pequeno mundo,
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andava a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileu Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso, estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto inacessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,caindo,
caindo,caindo
sempre,e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa dos quadrados dos tempos."
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Dia mundial da ajuda humanitária
Hoje também se assinala, pela primeira vez, o Dia Mundial da Ajuda Humanitária (ou do trabalhador humanitário)
A ONU escolheu esta data em memória do atentado, ocorrido em Bagdad, que a 19 de Agosto de 2003 matou 22 membros das Nações Unidas, incluindo o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
Segundo dados das Nações Unidas, em 2008 foi atingido um recorde com 260 trabalhadores humanitários vítimas de raptos e ataques, 122 dos quais foram mortos. De acordo com a UNICEF, o número total de pessoas afectadas por catástrofes humanitárias triplicou na última década, chegando a uma média de 211 milhões de pessoas por ano, dos quais 65 por centon são mulheres e crianças.
PS - A ilustrar este post mais uma das grandes fotografias da história: a da jovem afegã Sharbat Gula que fez capa da National Geographic em Junho de 1985. Na altura tinha 12 anos e era umas das refugiadas do campo Nasir Bagh, no Paquistão. O fotógrafo Steve Mc Curry tirou-lhe esta foto quando a encontrou sem burca, numa rara oportunidade, já que a lei afegã obrigava o seu uso nas mulheres.
Fotografia
Hoje é Dia Mundial da Fotografia.
A data escolhida justifica-se porque foi precisamente a 19 de Agosto de 1839 que a fotografia se tornou do domínio público. Em anúncio feito na Academia de Ciências e Artes de Paris, o físico François Arago explicou, aos presentes, o novo processo criado por Louis Jacques Daguerre, o daguerreótipo. A plateia ficou naturalmente encantada com aquela arte que permitia captar e fixar numa superfície o mundo "real".
De lá pra cá a fotografia evoluiu muito e foi a grande responsável por apresentar o mundo à humanidade. Mesmo com o aparecimento do cinema, da televisão e da internet, a fotografia nunca perdeu o seu encanto. Segundo Henri Cartier-Bresson, um dos maiores fotógrafos de todos os tempos "fotografar é captar o momento decisivo"...e é concerteza uma arte que vale a pena ser apreciada. Pessoalmente sou fã!
A data escolhida justifica-se porque foi precisamente a 19 de Agosto de 1839 que a fotografia se tornou do domínio público. Em anúncio feito na Academia de Ciências e Artes de Paris, o físico François Arago explicou, aos presentes, o novo processo criado por Louis Jacques Daguerre, o daguerreótipo. A plateia ficou naturalmente encantada com aquela arte que permitia captar e fixar numa superfície o mundo "real".
De lá pra cá a fotografia evoluiu muito e foi a grande responsável por apresentar o mundo à humanidade. Mesmo com o aparecimento do cinema, da televisão e da internet, a fotografia nunca perdeu o seu encanto. Segundo Henri Cartier-Bresson, um dos maiores fotógrafos de todos os tempos "fotografar é captar o momento decisivo"...e é concerteza uma arte que vale a pena ser apreciada. Pessoalmente sou fã!
PS - A ilustrar este post uma das fotografias mais famosas do mundo "O beijo do Hotel de Ville" captada em Paris, por Robert Doisneau (1912-1994), no ano de 1950.
segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Deolinda em Peniche
Apesar de estar pouco (ou praticamente nada) divulgada, aqui confirma-se a vinda dos DEOLINDA a Peniche no próximo Sábado, dia 22 de Agosto. O espectáculo está marcado para as 21h30, na Ribeira Velha. Escusado será dizer que recomendo vivamente ;)
Assim o tempo ajude, desta vez...
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Noite de Fado hoje
Como tem sido habitual de há uns anos a esta parte a 14 de Agosto, hoje às 21h30 tem lugar nas escadarias da Igreja de S. Pedro uma Gala de Fado com artistas locais e convidados. Este ano contará com a participação especial de Anita Guerreiro.
Foto de João Paulo Costa em http://olhares.aeiou.pt/
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Semana da Juventude em Peniche
Mais uma vez este ano, o Município de Peniche promove a Semana da Juventude. É já a partir de 4ª Feira...
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
Para os amigos...
Este Soneto do amigo de Vinicius de Moraes:
"Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
e o espelho de minha alma multiplica..."
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Livros e férias
Hoje só venho lembrar que mais logo, na Feira do Livro, teremos o jornalista Pedro Pinto que virá apresentar o seu romance "O último bandeirante". Será às 21h30 no salão do Clube Recreativo Penichense.
Entretanto, desde já aviso, para que não estranhem a minha ausência, que estou de férias e, como tal, é natural que nos próximos dias passe menos vezes por aqui...vou aproveitar para pôr algumas leituras em dia, rever alguns amigos, fazer um pouco de praia e o que mais se proporcionar.
Até breve!
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