sexta-feira, 3 de maio de 2024

A Garota não e o seu 2 de abril...

Foi no sábado passado que A Garota não atuou em Peniche...e foi um belíssimo concerto!

Sabendo que tinha a possibilidade de lho oferecer (como fiz), decidi escrever um texto tendo como base os títulos das 20 canções do álbum 2 de abril, o segundo álbum da intérprete. Chamei-lhe DIVAGAÇÃO PUERIL EM TORNO DO 2 DE ABRIL...e partilho-o hoje aqui no blog, juntamente com o vídeo que a artista publicou nas suas redes sociais sobre este dia...uma data memorável para Peniche e para quem teve o prazer de a ouvir. 

O texto fará muito mais sentido para quem conhecer bem o álbum e as letras das músicas (há versos resgatados de algumas, pelo meio do texto), mas é sobretudo a prova de que 2 de abril é um álbum com cabeça, tronco e membros...princípio, meio e fim...em que nada é ao acaso, tudo faz sentido! Valendo (sem dúvida) pelas melodias, vale sobretudo pelas fortes mensagens que passa!

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DIVAGAÇÃO PUERIL EM TORNO DO 2 DE ABRIL...

(…porque o simples é quase sempre o mais bonito…)

2 de Abril é data de relevância nacional e nome do bairro social onde cresceu A Garota não, que a escolheu para nomear o seu segundo álbum...o disco que começa com uma canção sem final, seguida de um dilúvio que nos lembra que a vida fica difícil e que o tempo passa tipo míssil!

Haja química, quem tenha o dom de rir e nos faça bem com o amor que nos dá!

Haja, também, quem não se acomode e lute pelos seus direitos…tal como o Ai Weiwei.

Quer moremos no prédio mais alto ou em casa térrea, que nunca nos falte manancial de livre pensamento e que em cada coração se esconda uma revolução por florir…

É que há dias em que a grande máquina nos deixa angustiados, inquietos, raivosos, cansados, sós… sem saber o que é que fica no meio de tantos desencontros.

Há que ser em cada dia o melhor que der e ir sem medo, como quem tem tudo a dar.

Se cairmos, há que levantar…com ou sem manual de instruções! Ser como o gato na sede do Xega, que rola e rebola, fazendo jus às suas sete vidas!

Urgentemente, é preciso não esquecer que o amor é urgente e é bom! E que nunca devemos guardar as palavras boas, que são tão boas de usar. Afinal, para quê guardar? A vida é hoje!

Multipliquemos os beijos, descubramos manhãs claras, inventemos alegria!

E como é intenso o poder de magnetização de tudo isto!!! Tal qual casa de mãe, que é coisa boa!

Coisa má é mulher batida!

E que mulher é essa? É aquela que sofre e morre fruto do ciúme amargo e louco…quanto talento é gasto em vão, como se nunca bastasse, como se houvesse perfeição!

É tempo de perguntar como será se voltarmos a renascer! Haverá lugar para a velha, a torta, a negra, a gorda? Será que a guerra pode um dia acabar? Deixaremos de ouvir que no Mediterrâneo há corpos a boiar?  

Porque me olhas assim?

Bem sei que as palavras ferem, dói-nos pensar…mas não há como calar!

Há quem não tenha assunto…pois a mim nunca me faltam, ou não fossem “as conversas como as cerejas!”

E entre duas cervejas e uma canção a José Mário Branco, o caminho pode ser longo! Importa que nunca esqueçamos que o nosso chão são sonhos e vontade!

E que nunca deixemos que nos tirem a nossa querida LIBERDADE!