Ando há uns dias - para não dizer há umas semanas- para escrever este texto. É sobre um dos últimos livros que li, um romance histórico intitulado
A perdição de D. Sancho II,
de Paulo Pimentel:
"a história do rei que Portugal não quis. Venceu batalhas, e conquistou territórios. Acabou só e longe do reino que ajudou a crescer. "
Bastaria esta sinopse para me animar a ler,
A perdição de D. Sancho II,
de Paulo Pimentel:
"a história do rei que Portugal não quis. Venceu batalhas, e conquistou territórios. Acabou só e longe do reino que ajudou a crescer. "
Bastaria esta sinopse para me animar a ler,
eu que gosto de história e deste género literário!
A capa, seria também ela um chamariz...está bem conseguida...atrativa q.b. com uma mulher misteriosa,
que adivinhamos bela, em fundo...o que antevê uma história de amor
algures na trama.
Com estes ingredientes a aguçar a curiosidade não é
difícil deixarmo-nos ir até aos primórdios da nacionalidade...mas, assim que pegamos no livro, ficamos verdadeiramente conquistados é pela qualidade da escrita.
Que gosto dá ler um romance tão bem escrito, (diria até) poeticamente escrito, cheio de sensibilidade e brio na escolha das palavras e na construção do enredo.
Como se não bastasse, é através desta escrita cuidada que nos chega todo um mundo diferente daquele que conhecemos (estamos a falar de uma história passada na primeira metade do século XIII), apresentado em descrições que ora nos doem e nos repelem, ora nos enternecem e deliciam...Estamos em plena Idade Média, com toda a dureza desses tempos a impor-se, mas também com todas aquelas realidades intemporais a tecer a trama: o amor (nas suas variadas manifestações), a intriga, a traição, a guerra, a doença, a fome, a inclemência e a generosidade da natureza, a ambição, o poder, o lado oculto/místico, a tristeza e a alegria, o nascimento e a morte... a vida tal como ela é!
Depois há a história de D. Sancho II, propriamente dita, os factos e as ficções...porque há neste livro um lado assumidamente ficcionado, sem que isso retire interesse ao romance: apimenta-o, dá-lhe cor...
e acicata a nossa curiosidade pela verdade histórica!
Depois há a história de D. Sancho II, propriamente dita, os factos e as ficções...porque há neste livro um lado assumidamente ficcionado, sem que isso retire interesse ao romance: apimenta-o, dá-lhe cor...
e acicata a nossa curiosidade pela verdade histórica!
Já perceberam que aconselho vivamente a leitura deste livro.
Resta-me acrescentar que tenho o privilégio de conhecer o seu autor e que esse foi o primeiro motivo para ler esta obra. O Paulo é meu colega nas Bibliotecas do Oeste e conheço-o há tempo suficiente para saber que é uma alma sensível, conhecedor e estudioso da nossa história, amante das palavras e das pessoas, com as suas "estórias" e particularidades.
E isso dava-me a garantia que dali só podia vir coisa boa...o que veio a confirmar-se!
Vá...vão lá d'asinha ler o livro :)
(private joke para quem já o leu!)
2 comentários:
ótimo, saudações nossas na Indonésia, tenha um bom dia
Muito grato pelas palavras tecidas a propósito deste livro. Uma leitora sensível que captou boa parte dos objetivos que presidiram à escrita do mesmo. Para mim, uma questão de repor alguma justiça e conhecimento sobre um rei e sobre um tempo (quase) apagado e banido da nossa História. Somos o resultado das glórias mas também dos fracassos. A redenção, na maior parte das vezes, é o caminho possível. Tenho a sorte de ser teu colega e... diria mesmo, amigo!
Paulo Câmara ( Pimentel).
Enviar um comentário