quinta-feira, 28 de maio de 2020

Há músicas (muito) boas de ouvir! CXXXII

Miguel Gameiro raramente desilude!
Esta é fruto do confinamento e fala-nos do que
"É preciso" neste momento em que vivemos 
(e, na essência, sempre)!



É Preciso
É preciso
Parar nem que seja um segundo
O que é feito do mundo
E onde chegámos agora
É preciso
Escutar quem nos fala por dentro
É agora o momento
Parar por dentro e por fora
É preciso
Sarar as feridas abertas
Dizer as palavras certas
Acalmar um coração
É preciso
Dar o melhor que nós temos
Todo o amor é de menos
É preciso levantar do chão
É preciso
Abrir os braços em par
Voltar de novo a abraçar
E sentir o calor
É preciso
Dar esse beijo imperfeito
Que ferve cá dentro do peito
Nós somos feitos de amor
É preciso
Seguir que o caminho é em frente
Fugir não é coisa da gente
É preciso estender a mão.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

quinta-feira, 21 de maio de 2020

20 discos que vale a pena ouvir (2ª parte)


E, na sequência do post anterior, seguimos viagem pelos 20 discos que, de alguma forma, definem o meu gosto musical. 


Nesta segunda metade, e ao 6º dia de desafio, a escolha foi para Pássaros do Sul de Mafalda Veiga e Uma noite só do Trovante. 

 Pássaros do Sul lançado em 1987, foi o primeiro contacto com a maravilhosa compositora que é Mafalda Veiga...porque é isso que mais gosto na Mafalda: mais que a sua voz (que às vezes me irrita um pouquinho),a sua capacidade de escrever e compor temas simples e intemporais como "Restolho" ou "Cada lugar teu". O primeiro é deste álbum, o segundo é uma das minhas preferidas da Mafalda, cuja carreira não mais deixei de acompanhar desde 1987. 

Já o coletivo Trovante é outra das minhas referências musicais e a escolha deste álbum prende-se com o facto de eu ter estado nesta "noite só" que fizeram em maio de 1999 no Pavilhão Atlântico, nove anos depois da separação da banda. O reencontro aconteceu a convite do então Presidente da República, Jorge Sampaio, tendo como mote as comemorações do 25º aniversário do 25 de Abril de 1974. Neste duplo CD gravado ao vivo ficaram assim registados os maiores êxitos do Trovante, de que destaco "Fizeram os dias assim" e "Timor". Depois da separação da banda também não deixei de acompanhar os músicos da banda nas suas carreiras individuais, nomeadamente o vocalista Luís Represas.


*

E ao 7º dia sugeri-vos Forever in Love 
de Elvis Presley e O Concerto Acústico de Rui Veloso.

O primeiro é uma compilação dos maiores sucessos do "rei". Confesso-me fã da voz, da versatilidade musical e do carisma de Elvis. Neste disco destaque para o sempre bom de ouvir "Always on my mind " e para o menos conhecido "Anything That's Part Of You".

O segundo, lançado em 2003, reúne  alguns dos mais conhecidos temas de Rui Veloso, o pai do rock português...que é muito mais que isso.
Deste álbum duplo destaco "O Prometido é devido", "Lado lunar" e "Presépio de lata".

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 All the best de Tina Turner e 
28 noites ao vivo nos Coliseus de
 António Zambujo e Miguel Araújo foram a minha escolha ao 8º dia.

Miss Hot Legs é uma daquelas vozes inconfundíveis...este  All the best traz-nos o melhor de Tina Turner. Realce para "Proud Mary" e "We don´t need another hero".
  
Já quanto ao álbum que registou os concertos conjuntos de António Zambujo e Miguel Araújo está aqui porque gosto muito do trabalho de ambos, quer a nível individual quer coletivo...com uma ligeira preferência pelo Zambas (confesso)! 
Além disso, tive o privilégio de assistir a um destes concertos e foi uma bela experiência artística e estética... a simplicidade é bela...e o talento destes dois é muito! 
O disco é todo bom mas tenho um fraquinho por "No rancho fundo".

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O 9º dia foi dedicado à música latina: Volare, The best of Gipsy Kings e Bachata Rosa de Juan Luís Guerra.

Quem me conhece sabe que, para além de ouvir música e de cantar, também gosto muito de dançar. E os dois álbuns deste dia, para além de serem bons de ouvir, também são muito dançáveis.

Lançada em 1999, esta coletânea dos Gipsy Kings é uma contagiante imersão nas sonoridades ciganas. Gosto muito de "Djobi Djoba" e "Caminando por la calle". 

Bachata Rosa do dominicano Juan Luís Guerra, editado em 1990, é uma viagem aos ritmos caribenhos que tanto gosto. Mais que a canção que dá título ao disco, destaque neste álbum para "Burbujas de amor"  e "Ojala Que Llueva Cafe".

*

E para terminar, ao 10º dia, duas das minhas descobertas mais recentes:   
Copo meio cheio de Marco Rodrigues e  Whispers de Passenger.


Sobre este álbum de Marco Rodrigues já escrevi aqui.
 
E a sua escolha para esta lista de 20 tem a ver com a qualidade do álbum, mas também por ser representativo de um género musical que gosto muito - o FADO - e de tantos artistas da nova geração (quer no fado, quer noutros géneros musicais) que aqui aparecem como autores de músicas e letras, mas que têm as suas próprias carreiras e que também aprecio como intérpretes.

Passenger foi paixão à primeira audição já lá vão quase sete anos. Mais recentemente rendi-me a estes seus sussurros: para mim Whispers é bom do princípio ao fim! 

E pronto...está feita a viagem por estes 20 álbuns que decidi destacar. Podiam ter sido outros...podiam! Não me imagino a viver sem música e, também aqui,sou eclética! 
Mas estes foram os que assomaram primeiro à minha memória, sem necessidade de grande reflexão. Aos que têm mais ou ou menos estas referências, espero que lhes tenha sabido bem reverem-se nestes textos...aos que não conhecem os artistas e álbuns mencionados, que fique a curiosidade que permite novas descobertas e, muitas vezes, agradáveis surpresas :)

PS- Os primeiros 10 estão aqui...

terça-feira, 19 de maio de 2020

20 discos que vale a pena ouvir (1ª parte)

De vez em quando lá surgem nas redes sociais certos desafios "em cadeia". Por norma não costumo alinhar nestas correntes mas eis que, com uma diferença de poucas horas, dois amigos desafiaram-me a partilhar no FB dez álbuns que tenham marcado o meu gosto musical. 
Efetivamente, neste desafio a dificuldade não é  eleger dez álbuns que achamos que devam ser ouvidos...e tanto assim é que me dei ao luxo de partilhar vinte e, ainda assim,  muitos artistas de que gosto, genuinamente, ficaram de fora. A  dificuldade maior é mesmo encontrar quem aceite o desafio de dar continuidade... 

 
É suposto publicarmos apenas a capa do disco, sem explicações, nem preocupações de ordem cronológica. 
Mas eu, que gosto de fundamentar as minhas escolhas, pensei logo à partida que este post havia de ser feito. 
Então aqui vai o porquê das primeiras 10 escolhas.
O resto fica para amanhã...para não vos maçar ;)

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No 1º dia escolhi 
A  Imitação da vida  de Maria Bethânia e
Viagens de Pedro Abrunhosa.
O primeiro porque sou uma fã incondicional de Maria Bethânia e, neste seu álbum, como em muitos outros, a música é intercalada com poesia primorosamente dita pela própria. Neste caso em concreto o poeta escolhido é Fernando Pessoa, o que ainda me fascinou mais. 
Este álbum de Bethânia representa nesta seleção musical de 20, para além da própria (que considero a melhor voz atual do Brasil) tantas outras influências  musicais 
e artistas brasileiros que ouço e admiro.

De Pedro Abrunhosa escolhi o Viagens por ter sido o 1º álbum que lançou...mas podia ter escolhido qualquer outro. Sou fã do músico, letrista e compositor que é, e são muitas as músicas dele que não me canso de ouvir! Neste Viagens, lançado quanto eu tinha 20 aninhos, destaque para o maravilhoso "Lua" e para o hit "Tudo o que eu te dou". 

*

Ao 2º dia, o Dá-me lume - O melhor de Jorge Palma e o Concerto no Central Park de Simon & Garfunkel.
Jorge Palma porque é um dos meus músicos portugueses preferidos  e este álbum lançado em 2000 é um best-off das suas músicas até à data. 
Destaque para "Só" ou "A gente vai continuar".

Quanto a Simon & Garfunkel representam aqui o folk rock que eu aprecio. 
Este "Concerto no Central Park", lançado em 1982, reúne as suas músicas mais emblemáticas, de que destaco 
"Bridge over troubled water" e "The sound of silence".

 *
E chegados ao 3º dia temos 
Brothers in arms dos Dire Straits e  
O melhor de António Variações.
O primeiro é claramente uma referência da minha adolescência. Lançado em maio de 1985 é daqueles álbuns que me faz viajar no tempo. Destaque para a voz e o virtuosismo musical de Mark Knopfler e para dois temas quase opostos: 
o alegre "Walk of life" e o melancólico "Brothers in arms".

Sobre Variações não há muito a dizer! Os leitores do blogue já sabem do meu fascínio por esta personagem sem igual no panorama musical português.Eu tinha 9 anos quando Variações morreu e 23 quando este álbum saiu. Hoje, aos 45, continuo a admirar o génio...e a deliciar-me com músicas como "Estou além" ou "O corpo é que paga".

*

Ao 4º dia destaque para o boss  
Bruce Springsteen e os seus Greatest hits 
e para os Resistência e o seu Mano a mano. 
Bruce Springsteen porque é daqueles músicos que emanam boas energias! Voz rouca, presença carismática, melodias a contento e uma vitalidade impressionante em palco... Lançado em 1995, deste Greatest hits destaco o contagiante "Glory Days" e o introspetivo "The river". 
 
Já a Resistência também dispensa grandes apresentações. 
Coletivo de músicos provenientes de algumas das melhores bandas portuguesas da altura, marcaram o dealbar da década de 90 com as recriações musicais de temas próprios ou de músicos como Zeca Afonso  ou 
António Variações. 
Depois do 1º álbum -Palavras ao vento- este Mano a mano veio confirmar a aposta e ficaram no ouvido as suas versões de temas como "A noite" ou "Amanhã é sempre longe demais". 
Estiveram em Peniche em agosto último e é incrível perceber que, passados quase 30 anos, mantém uma legião fiel de fãs!

*
E a meio do desafio, o 5º dia trouxe Queen e  Silence 4.
Os primeiros com o duplo álbum Greatest hits 
porque é daquelas bandas incontornáveis, cujas músicas atravessam gerações...o rock pop no seu melhor. 

Os Silence 4 porque foram um daqueles fenómenos a que poucos ficaram indiferentes: lançado em 1998, Silence becomes it foi um sucesso de vendas de que destaco
"Eu não sei dizer" e Borrow". 
A carreira da banda foi curta mas David Fonseca (o elemento mais mediático da banda) continua a dar cartas, tendo-se revelado um dos mais completos artistas portugueses das últimas décadas e um verdadeiro animal de palco, como comprovou no concerto que em setembro passado deu aqui em Peniche.  

(continua...)

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Há músicas (muito) boas de ouvir! CXXX

Neste fim de semana, deixo como sugestão musical este " 'Tá escrito", do Grupo Revelação, gravada ao vivo no Morro. 
Pensei partilhá-la  por achar que estamos todos a precisar desta boa energia musical, que sempre vem do outro lado do Atlântico, e que aqui passa, não só pelo ritmo contagiante mas, sobretudo, pela mensagem desta canção.

Mas, por curiosidade, fui ver em que morro tinha sido feita a gravação -e vi que tinha sido no Morro da Urca. Ora, nem de propósito, faz precisamente hoje 15 anos que tive o prazer de conhecer a  
Cidade Maravilhosa e pisar pela primeira -e, até à data, última- vez o dito Morro...

Uma terceira razão faz-me partilhar esta música: a minha solidariedade com um povo e um país que sinto mesmo como "irmão" e que está a viver tempos particularmente difíceis, não só pela pandemia Covid 19, mas sobretudo pelas políticas infelizes de que tem sido (e está a ser) alvo. Um povo tantas vezes menosprezado mas que nos dá lições de alegria e simpatia desde 1500 (como atesta a Carta de Pêro Vaz de Caminha) e que, pessoalmente, já me deu tanto, sobretudo em forma de arte (música, literatura, teatro e poesia)... 'tá escrito!




"Quem cultiva a semente do Amor
 segue em frente não se apavora
 Se na vida encontrar dissabor
 vai saber esperar sua Hora.

 às vezes a felicidade demora a chegar
 aí é que a gente não pode deixar de sonhar
 guerreiro não foge da luta
 e não pode correr, ninguém vai poder atrasar

 quem nasceu pra vencer é dia de sol
 mas o tempo pode fechar
 A chuva só vem quando tem que molhar
 Na vida é preciso aprender se colhe o bem que plantar
 é Deus quem aponta a estrela que tem que Brilhar

 Ergue essa cabeça mete o pé e vai na fé
 manda essa tristeza embora
 basta acreditar que um novo dia vai raiar
 sua hora vai chegar."

terça-feira, 5 de maio de 2020

Essa maravilha chamada Língua Portuguesa...

Hoje celebramos o Dia Mundial da Língua Portuguesa...essa língua que é nossa e de mais 250 milhões de falantes em todo o mundo. 
Para quem como eu é apaixonado por palavras e pela forma como as escrevemos, combinamos, dizemos, entoamos...como elas podem unir ou separar...pelos seus múltiplos significados e sentidos...é dia de CELEBRAR!

Deixo-vos, para além da mensagem da Diretora-geral da UNESCO para este dia, o maravilhoso trabalho da Cristina Paiva (atriz) e do Fernando Ladeira (sonoplasta) da ANDANTE...eles que há 20 anos andam por aí a fazer valer da melhor forma a língua portuguesa...

Neste "O ontem e o hoje" a viagem é em torno de alguns dos melhores escritores e textos portugueses. 

Já neste "O longe e o perto", os sentidos descobrem outras formas de palavrar em português e têm som, aroma, sabor e saberes de outras partes do globo. 

Reservem lá meia-hora deste dia para se deliciarem com a maravilha que é a nossa língua escrita e dita por quem melhor sabe...Conselho de amiga ;)