Mas não...num dia -também ele capicua- de um verão acabado de nascer, o Luís deixou a terra dos vivos para habitar uma outra dimensão.
Quando releio os versos que deixou impressos no livro Pétalas negras ardem nos teus olhos espanta-me sempre a beleza das palavras mas sobretudo algum desencanto e, mais do que isso, um sentido premonitório daquilo que seria a sua vida breve.
Aquela vida breve que, ainda assim, marcou profundamente todos aqueles que cruzaram o seu caminho. Hoje deixo-vos com o primeiro dos poemas impressos nesse livro...
Ocupei o dia com pequenas tarefas
Para silenciar um pedido uma súplica
Pintei o velho alpendre consertei a cancela do jardim
Libertei o cão para que perseguisse os pássaros pelo bosque
Recusou-se a partir
Persiste onde não existe caminho
Ao meu lado
Esperando que um vento frio
dispa de folhas todos os ramos.
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