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Hoje evoco-a com este poema:
CADERNO II
Quando me perco de novo neste antigo
Caderno de capa preta de oleado
Que um dia rasguei com fúria e desespero
E que um amigo recolou com amor e paciência
De novo se ergue em minha frente a clara
Parede cal do quarto matinal
Virado para o mar e onde o poente
Se afogueava denso e transparente
E a sonâmbula noite se azulava
Ali o tempo vivido foi tão vivo
Que sempre à própria morte sobrevive
E cada dia julgo que regressa
Seu esplendor de fruto e de promessa.
Caderno de capa preta de oleado
Que um dia rasguei com fúria e desespero
E que um amigo recolou com amor e paciência
De novo se ergue em minha frente a clara
Parede cal do quarto matinal
Virado para o mar e onde o poente
Se afogueava denso e transparente
E a sonâmbula noite se azulava
Ali o tempo vivido foi tão vivo
Que sempre à própria morte sobrevive
E cada dia julgo que regressa
Seu esplendor de fruto e de promessa.
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