Começo por dizer que percebo pouco de futebol e sou pouco dada a entusiasmos esfusiantes. Não vibro por aí além com este género de manifestações coletivas -que até me parecem algo excessivas- e confesso que me cansa um pouco a exploração mediática que este género de acontecimento proporciona, esmiuçando até ao tutano o que muitas vezes não tem nada que se lhe diga! Compreendo, por outro lado, a necessidade que todos temos de esquecer o lado negativo da vida e todas aquelas notícias que, infelizmente, fazem parte do dia-a-dia, desde os défices económicos à violência doméstica, passando pelo terrorismo e constantes atropelos aos direitos humanos mais básicos.
Ora, um dos direitos mais básicos é o da alegria (ou da felicidade-como queiram) e a verdade é que são muitas vezes estes acontecimentos, que têm este efeito agregador e empático, que nos proporcionam as tais alegrias, o orgulho de..., que transformam "bestas em bestiais" e permitem esquecer, por meia-dúzia de dias, as agruras dos outros 360.
Ora, após o intróito, vamos ao assunto incontornável de hoje: Portugal venceu o Euro 2016 e trouxe para casa a Taça de melhor da Europa no futebol!
Custou mas foi! Já tínhamos estado muito perto noutros Europeus e a verdade é que esta jornada não começou da melhor das formas. Mas, como alguém disse , "O caminho faz-se caminhando!" e, jogo a jogo, lá fomos passando as diversas fases, ainda que sem grandes exibições e feitos para contar. Demos connosco na final, ainda por cima frente à equipa anfitriã!
Aos 10 minutos de jogo, a entrada feia sobre Ronaldo - que ditou a sua saída antes da meia
hora de jogo, apesar das tentativas que fez para continuar em campo- levou muitos de nós a crer que o fado estava traçado e que a lesão do capitão ditaria um fim menos feliz do que o desejado.
Mas Portugal é assim e face aos obstáculos e às dificuldades parece que se agiganta! E foi o que aconteceu: a equipa nacional não esmoreceu e lutou até aos 90 minutos regulamentares, sem golos para qualquer uma das equipas. Chegados aqui uma coisa era certa: fosse qual fosse o resultado, tínhamo-nos batido de igual para igual com a favorita (e arrogante) França. E se os 30 minutos de prolongamento nos levassem aos penalties, paciência!
Felizmente não foi preciso sofrer dessa forma e um golo de Éder aos 109 minutos ditou a vitória lusa, que os franceses não esperavam e pela qual todos os portugueses espalhados pelo mundo ansiavam!
Cinquenta anos depois de 1966, em que trouxemos para casa o 3º lugar do Mundial, depois de vencidos pela anfitriã Inglaterra nas meias-finais; trinta e dois anos depois de termos perdido no prolongamento das meias-finais com a anfitriã França; quarenta e um anos depois de termos ganho à França pela última vez e doze anos depois de termos perdido em casa para a inusitada Grécia...chegou a hora de podermos, finalmente, gritar: "Somos campeões!"
Custou mas foi! Já tínhamos estado muito perto noutros Europeus e a verdade é que esta jornada não começou da melhor das formas. Mas, como alguém disse , "O caminho faz-se caminhando!" e, jogo a jogo, lá fomos passando as diversas fases, ainda que sem grandes exibições e feitos para contar. Demos connosco na final, ainda por cima frente à equipa anfitriã!
Aos 10 minutos de jogo, a entrada feia sobre Ronaldo - que ditou a sua saída antes da meia
hora de jogo, apesar das tentativas que fez para continuar em campo- levou muitos de nós a crer que o fado estava traçado e que a lesão do capitão ditaria um fim menos feliz do que o desejado.
Mas Portugal é assim e face aos obstáculos e às dificuldades parece que se agiganta! E foi o que aconteceu: a equipa nacional não esmoreceu e lutou até aos 90 minutos regulamentares, sem golos para qualquer uma das equipas. Chegados aqui uma coisa era certa: fosse qual fosse o resultado, tínhamo-nos batido de igual para igual com a favorita (e arrogante) França. E se os 30 minutos de prolongamento nos levassem aos penalties, paciência!
Felizmente não foi preciso sofrer dessa forma e um golo de Éder aos 109 minutos ditou a vitória lusa, que os franceses não esperavam e pela qual todos os portugueses espalhados pelo mundo ansiavam!
Cinquenta anos depois de 1966, em que trouxemos para casa o 3º lugar do Mundial, depois de vencidos pela anfitriã Inglaterra nas meias-finais; trinta e dois anos depois de termos perdido no prolongamento das meias-finais com a anfitriã França; quarenta e um anos depois de termos ganho à França pela última vez e doze anos depois de termos perdido em casa para a inusitada Grécia...chegou a hora de podermos, finalmente, gritar: "Somos campeões!"
O post podia ficar por aqui, mas a verdade é que quero dizer mais algumas coisinhas:
- parabéns ao Rui Patrício pelo excelente trabalho de ontem. Para mim foi o homem do jogo!...à margem de clubismos, que não é disso que se trata quando falamos de seleção nacional. Se, na verdade, é com golos que os jogos se ganham também é evitando os do adversário que o objetivo é conseguido;
- parabéns ao capitão Ronaldo por tê-lo sido na verdadeira aceção da palavra. Mesmo não estando em campo soube apoiar, dar dicas, incentivar os restantes companheiros;
- parabéns a toda a seleção pelo companheirismo demonstrado (o bom ambiente entre os jogadores sente-se), pela humildade e pela coragem de acreditar e fazer por acontecer..."a união faz a força!";
- parabéns a Fernando Santos, o grande timoneiro e um verdadeiro líder: focado, humilde, atento, verdadeiro, sereno, companheiro e duplamente crente...nas qualidades da sua equipa e em Deus, a quem nunca esquece de agradecer. Vale a pena reler a carta que leu na conferência de imprensa pós-vitória;
- parabéns a Éder, prova de que "nem tudo o que parece é!" e que, por vezes, é de onde menos se espera que surgem as melhores surpresas;
- parabéns a todos os portugueses, sobretudo aos que sempre acreditaram ou, pelo menos, deram o benefício da dúvida, acompanhando jogo a jogo o desenrolar dos acontecimentos, sem resvalar em ataques pessoais ou "treinos de bancada" que em nada acrescentavam ao potencial da seleção. Uma palavra especial a todos os emigrantes, nomeadamente aos que estão em França, e não arredaram pé no seu apoio incondicional à equipa portuguesa. Esses que vivem a palavra saudade todos os dias!
E, a propósito, achei tão portuguesa a coincidência -ou não- dos acordes e palavras que soaram após a receção da taça. Ao descerem da tribuna (ao contrário do já previsível "We are the champions" dos Queen) ouviu-se "A minha casinha" dos Xutos: "...as saudades que eu já tinha da minha alegre casinha, tão modesta quanto eu. Meu Deus, como é bom morar no rés do primeiro andar, a contar vindo do céu!"
E, a propósito, achei tão portuguesa a coincidência -ou não- dos acordes e palavras que soaram após a receção da taça. Ao descerem da tribuna (ao contrário do já previsível "We are the champions" dos Queen) ouviu-se "A minha casinha" dos Xutos: "...as saudades que eu já tinha da minha alegre casinha, tão modesta quanto eu. Meu Deus, como é bom morar no rés do primeiro andar, a contar vindo do céu!"
-nota negativa para a atitude francesa de não colorir a Torre Eiffel com o verde e o vermelho lusos. Não foi bonito!
Por último, mas não menos importante, uma menção especial para os outros desportistas nacionais que ontem elevaram Portugal a lugares do pódio e que são muitas vezes negligenciados face aos futebolistas, não porque o seu esforço, empenho e valor sejam menores, mas apenas porque os desportos que praticam são menos amados ou menos mediáticos. Palmas para:
- Jéssica Augusto, bronze na Meia-maratona *;
- Patrícia Mamona, ouro no triplo salto *;
- Dulce Félix, prata nos 10 000 metros * ;
- Dulce Félix, prata nos 10 000 metros * ;
- Tsanko Arnaudov, bronze no lançamento do peso *;
e Rui Costa, prata na 9ª etapa da Volta à França em bicicleta.
Acima de tudo PORTUGAL SEMPRE! (como diz o cachecol aqui ao lado). E porque sinto isso, reconheço aqui que uma das coisas que me emociona é ouvir o hino nacional cantado a plenos pulmões, em terras que não são nossas!
Portugal sempre! Mesmo quando não vencemos, mesmo quando não somos os melhores, mesmo quando não somos felizes, mesmo quando não temos sorte...Não vou dizer que tenho orgulho de ser portuguesa porque não gosto nada da palavra "orgulho"! Mas que me revejo na alma portuguesa com tudo aquilo que a ela associo (humildade, adaptabilidade, solidariedade, coragem, capacidade de improviso), lá isso sim! E não só no desporto mas em todas as áreas.
Por isso, hoje, o post (que já vai muito longo) só podia terminar assim: VIVA PORTUGAL...SEMPRE!
e Rui Costa, prata na 9ª etapa da Volta à França em bicicleta.
Acima de tudo PORTUGAL SEMPRE! (como diz o cachecol aqui ao lado). E porque sinto isso, reconheço aqui que uma das coisas que me emociona é ouvir o hino nacional cantado a plenos pulmões, em terras que não são nossas!
Portugal sempre! Mesmo quando não vencemos, mesmo quando não somos os melhores, mesmo quando não somos felizes, mesmo quando não temos sorte...Não vou dizer que tenho orgulho de ser portuguesa porque não gosto nada da palavra "orgulho"! Mas que me revejo na alma portuguesa com tudo aquilo que a ela associo (humildade, adaptabilidade, solidariedade, coragem, capacidade de improviso), lá isso sim! E não só no desporto mas em todas as áreas.
Por isso, hoje, o post (que já vai muito longo) só podia terminar assim: VIVA PORTUGAL...SEMPRE!
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