A Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) faz hoje 60 anos. Sessenta anos a contribuir para a cultura e para o conhecimento, em Portugal e no Mundo.
Aqui por Peniche sobressaem as memórias da Biblioteca Itinerante da Gulbenkian que a cada quinzena estacionava ali junto da antiga esquadra da PSP (não era nº 6 da foto mas sim a nº 13) e trazia com ela todos aqueles livros a que, de outra forma, as crianças, jovens e adultos da altura não teriam acesso. O serviço de leitura perdurou até ao século XXI (2003) com a posterior instalação da Biblioteca Fixa nº 162, em parceria com o Município de Peniche, na década de 70 do século passado.
Foi nessa Biblioteca - primeiramente instalada numa sala da AEFCRP e posteriormente junto à Câmara Municipal- que requisitei os primeiros livros e fiz as primeiras leituras presenciais de revistas e outros livros de consulta.
Foi também nessa Biblioteca - onde ainda hoje estou- que comecei a trabalhar em Novembro de 1997, o que ainda me proporcionou meia-dúzia de anos de convívio regular com a FCG, nomeadamente com o seu Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura (SBAL) que, no fundo, constituiu a primeira Rede de Leitura em Portugal. Mensalmente recebíamos livros novos, fruto de uma criteriosa e diversificada escolha daquilo que de melhor se publicava em Portugal.
Nesses primeiros anos de trabalho fiz várias formações com outros técnicos de Biblioteca (foi assim que conheci alguns colegas que ainda hoje recordo) e participei em Encontros sobre Literatura na própria FCG; foi também fruto desta parceria FCG/Município de Peniche que a Biblioteca promoveu, na altura, Cursos Breves e Encontros com Escritores. Foi assim que conheci Vasco Graça Moura, Pedro Tamen, João Aguiar, Alice Vieira, António Torrado, José Jorge Letria, Luísa Ducla Soares e outros escritores/formadores/artistas.
Foram tempos muito felizes e motivantes onde ainda houve tempo para fazer uma pós-graduação em Ciências Documentais - fundamental para que pudesse continuar a trabalhar em Bibliotecas - muito por insistência de um dos inspetores da FCG que regularmente nos visitavam para confirmar que tudo estava conforme o figurino. Há uns dias reencontrei-o e recordei como foram bons esses tempos -iniciais para mim- e o contacto com essas pessoas (colegas, funcionários da FCG, escritores, formadores, artistas)...tempos apenas possíveis por haver esta ligação à FCG!
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