...e porque dançar é sempre bom -quer seja por trabalho, lazer ou terapia- aqui fica a mensagem oficial para este dia,este ano da autoria de Alkis Raftis, Presidente do Conselho Internacional de Dança - CID, difundida pela UNESCO:
"Se você procurar na
busca do Google a palavra “Dança” usando "terapia" como palavra-chave você
encontra pelo menos 2600 anúncios. Isto significa que, aproximadamente, um em
cada 100 profissionais de dança fornece alguma forma de terapia. Apesar de 0,01%
ser uma percentagem muito pequena, a terapia é provavelmente o ramo de mais
rápida expansão da arte da dança. A proliferação de cursos e oficinas mostra que
o número de “terapeutas” da dança tem potencial para dobrar a cada ano. Os
profissionais qualificados são cada vez mais empregados em hospitais, centros de
saúde, casas de pessoas idosas, prisões ou manicómios. Práticas privadas estão
se multiplicando, e por isso existem escolas de dança oferecendo aulas
convencionais de terapia.
Esse boom pode ser
devido ao fato de que a cura através da dança tem origem no Ministério da Saúde,
em muitos países, por isso a possibilidade de financiamento é incomparavelmente
maior do que quando a dança é orientada para o desempenho ou recreação. Outra
razão é que a vida moderna alijou o homem de funções primárias, e, por isso, as
pessoas estão redescobrindo o poder da dança para a cura.
A dança, certamente,
faz uma pessoa saudável se sentir melhor, mas buscar o alívio de um problema
psicológico através da dança é outra coisa. As sociedades tradicionais têm
preservado o bem-estar, proporcionando oportunidades frequentes para dançar em
reuniões sociais e em rituais. Uma vez que estes eventos foram abandonados, a
frustração gerada fez com que agora nos voltemos para as sessões de
profissionais para atender a essa necessidade. Danças específicas têm sido
usadas para curar algumas doenças - investigação é necessária para descobrir se
as danças podem ser utilizadas hoje para a mesma finalidade.
Ainda mais impressionante é o fato
de que pacientes se dizem curados não por sua própria dança, mas pela dança de
outra pessoa. Em muitos países do mundo as pessoas procuram curandeiros, pajés e
feiticeiros para antigas práticas, porque acham isto benéfico. Estas “danças”,
rejeitadas até agora pelas sociedades industrializadas, merecem um estudo
sério.
Terapias utilizando
danças modernas, apesar de algumas terem décadas de idade, desenvolveram novas
técnicas, apenas parcialmente baseadas em práticas tradicionais. A dança
favorece um conhecimento teórico do corpo, quando bem aplicada, e estabelece a
sua eficácia. Mas, muito mais precisa ser feito.
Instiguemos as
universidades para lançarem currículos de dança-terapia, os governos a
reconhecerem terapeutas de dança como uma profissão regulamentada e agências de
segurança social a pagarem tratamentos de dança quando prescritos por médicos,
psicólogos e outros terapeutas primários."(tradução de Tonico Lacerda Cruz)
BOAS DANÇAS!
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