Hoje foi dia de celebrar mais um aniversário daquela que foi para mim uma escola de serviço, de educação cívica e de educação litúrgica e um lugar de partilha, amizade e pertença. Quantas aprendizagens, quantos convívios, quantas cerimónias litúrgicas, quantas festas, quantas palestras, quantos passeios, quantas experiências ??? Muitos e tão ricos de saber, saber fazer, saber estar e saber ser...para mim e para todos os que viveram essa época áurea de um acolitado intergeracional e misto!
Ora, a propósito, deixai-me que vos diga que, num tempo onde se fala tanto de inclusão e igualdade de género, um dos "santos orgulhos" desta Associação é ter sido pioneira no acolitado feminino. Estávamos em 1983 quando o Sr. Prior (Pe. Bastos), "numa iniciativa até então inédita no país, e prenunciando pedagógica e inteligentemente o futuro", permitiu o acolitado feminino em Peniche, em jeito de experiência pastoral vanguardista (como tantas as que levou a cabo)!
Foi precisamente há 40 anos!!!
Seria preciso esperarmos 10 anos para que o acolitado feminino fosse oficialmente aceite pela Santa Sé. E é precisamente a carta que, na altura (21 de outubro de 1993), o Sr. Prior escreveu à Elina (então Presidente da Direção da AA) que ilustra este post. Nela podemos ler:
"Elina,
A Santa Sé, de Roma, acaba de declarar oficial o acolitado feminino dos leigos - Aleluia!
Já não sois apenas toleradas, mas tendes direito igual aos masculinos, no serviço do altar. Que bem!
Aleluia!
Eu fiquei contentíssimo.
Adeus, Agradeço e aprecio tua "luta" sã. Oremos..."
Foi há precisamente 30 anos!
E como em tantos outros campos, também aqui, é bom ir lembrando que nem todos os direitos e liberdades dadas como adquiridas estão a salvo! Infelizmente, ainda há muito quem ache que as raparigas/mulheres não deviam acolitar...ainda há quem ache que o acolitado é só para crianças e jovens...ainda há paróquias onde o acolitado feminino não é aceite!
Pois eu celebrei hoje a Associação de Acólitos de Peniche, mista e intergeracional, de que fez parte o meu pai, de que eu fiz parte e de que, agora, faz parte a minha filha. Só tenho pena que (por fatores de vária ordem) não possamos coexistir neste serviço. Mas, felizmente, há quem tenha essa experiência e que bonito é ver as 3 gerações no altar! Isso sim, é sinal de Deus, é sinal de AMOR!